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segunda-feira, junho 12, 2006

Mais um destes dias...

Tantas palavras, tantos dias, tantos momentos passados... Dias em que não fui capaz de te dar mais nada além do meu silêncio, dias em que não fui capaz de te fazer sorrir, dias em que fui fraco e te fiz chorar, dias em que pensei em ti e quis acabar... Dias que não vou esquecer, dias que apenas procuro guardar bem junto a mim...


Depois de todo este tempo já só restam as palavras contidas, as palavras simples, já só resta a enorme muralha que construímos entre nós... Agora já não consigo ver mais o sol que vinha desse lado, agora já não tenho mais força para trepar esta enorme muralha que me surge na frente de cada vez que o meu "eu sozinho" se encontra com a noite, com o silêncio...

Pensar em ti já não me faz bem, já não faz sentido... Tu já não me vês, tu cada vez mais fazes crescer essa muralha que eu um dia pedi para nascer, que eu um dia imaginei como a solução de tudo isto... Agora já nem sou capaz de berrar o suficiente para me ouvires dizer "Para!"... Agora já não sou capaz de dormir mais... Agora resta-me a força de ficar acordado, resta-me esperar pelo momento em que vou cair sobre esta maldita muralha e ficar encostado a ela para sempre, guardando junto a mim todos aqueles momentos...

Hoje disseste-me para escrever aquilo que sinto, num papel… escrever até não poder mais... Isso não basta, não basta, porque o escuro da noite não te vai deixar ler, não te vai trazer para esta lado nunca mais... Tu assim o disseste…

Hoje passou mais um dia, mais um destes dias... A euforia, o cansaço, os sorrisos exagerados, os nervos incontroláveis foram actores comigo nesta "nova vida" que estou a construir, aqui deste lado, sozinho, cada vez mais separado de ti...

Hoje pus fim à obra... Hoje não quero ver esta muralha crescer mais... Hoje quero ficar aqui até cair para o lado, até levar comigo todos estes dias, todos estes momentos...

Hoje não vou dormir...


1 comentário:

Anónimo disse...

Hoje olhei p'ra ti
e não vi o que eu queria
liberdade à noite
e a solidão no dia
hoje olhei p'ra ti e
senti-me tão fria
tão só...

Hoje quis ser tudo
p'ra ti até morrer
olhar para nós
ver cidades a arder
hoje quis ser tudo
até me esquecer...
...até te esquecer
eu vou-me embora e tu vais ficar
só p'ra ver
e já não há nada a perder

só,p'ra sempre
longe de ti sem querer pensar
no que faço
és o meu último fracasso.