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quarta-feira, junho 28, 2006

Ter medo de sonhar... ?!


Hoje faz sentido voltar a escrever e ler este texto...

Ter medo... Ter medo...
Medo de Amar... Medo...
Medo de sonhar... E...
E um dia... Acordar!
Está uma noite quente.
Aqui sentado penso como seria,
Se um dia Eu e Tu estivéssemos...
Juntos?...!!
Acredito que seria algo...
Como dizer...?!...algo...
Tão especial, que não consigo,
Que não consigo explicar!...
Talvez fosse algo que nunca,
Que nunca iria esquecer!
Mas agora volto a mim!...
E...
E penso que afinal tudo,
Tudo não passou de um sonho!
Algo que nunca vivi.
E que não pode nunca acontecer!...
Porquê?! Pergunto eu...
A resposta..? Não sei…
Mas talvez seja algo tão simples,
Como...Eu te Amar!!??..
Mas o Amor é algo tão mágico,
Que só mesmo um sonho nos pode dar...
Se me pedirem para dizer o que é o Amor,
Sinceramente, não sei explicar!
É só e unicamente, algo que Só eu posso sentir!
O Amor não é um sentimento igual a qualquer outro.
Não! É como um sonho...Apenas se sonha um único
De cada vez... E não sabemos de onde vem.
Estranho?! Talvez...
Isto do Amor é algo muito estranho...
Mas também, quem disse que é fácil?
O Amor é como uma luta!
Lutamos muitas vezes contra Nós!
Nem sempre é fácil perceber que não passa de um sonho...
Por vezes acordamos e pensamos porque sonhamos assim!...
Novamente a resposta é única, porque estamos apaixonados!
Tal como todos: nascemos, vivemos e morremos!
Mas nem todos nascem, vivem ou morrem da mesma forma!...
Porquê?! A resposta é tão simples, que custa a acreditar...
Porque uns Amam...Outros não!..Porque uns sonham… Outros Não!
A noite custa a passar...
Mas também quem disse que queria ir sonhar?
Talvez seja pelo medo…
Pelo medo de nunca mais acordar…
Sonha-se. Mas nem sempre se sabe porquê...
Sonha-se. E pede-se que nunca mais se acorde...
Mas afinal... Porque sonhamos?! E porque temos medo de sonhar!?
A resposta: é tão simples, como ter medo de se Amar!...


João Ferreira

2003

terça-feira, junho 27, 2006

Pele, Christopher Wilson

Um dia destes, enquanto passava junto a uma livraria, procurando um livro para oferecer à minha mãe (acompanhado por aquela ideia de "Um livro um amigo..."), fui obrigado a parar, tendo ficado fascinado pela capa e pelo título de um livro que nunca tinha ouvido falar...


A primeira página começava assim:

" Quando deslizo finalmente cá para fora a choramingar, já proporcionei um trabalho de parto difícil à minha mãe, que tem estado a praguejar e a gritar durante dezassete horas. Depois segue-se uma pausa até ao momento em que me vê e em que começa a urrar ainda mais e mesmo apesar de eu aparecer através do canal habitual e de ela me sentir, sem dúvida alguma, a tentar sair e de estarmos ligados por um cordão umbilical, ela ainda assim jura que não sou seu filho e que ela não é minha mãe, e o que, em nome de Deus, vai ser de nós? Tudo isto devido ao meu aspecto assustador e estranho que é diferente daquele que um bebé negro deveria ter.
(...)
-É um rapaz normal e saudável - declara bem-disposto (o Reverendo), descendo os degraus empenados do alpendre - Quase quatro quilos, um espécime forte. Dêm graças a Deus.
- E o aspecto dele? - perguntam as pessoas.
- Acontece. Nós colhemos aquilo que semeamos - responde o Reverendo com um sorriso - Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute; Obed gerou Isaí. Esta criança vem cumprir alguma missão. O Senhor Omnipotente tem sempre as suas razões.
- O que é que esta criança vem mostrar?
- Não posso falar pelo Senhor com exactidão - admite o Reverendo Spinks - Mas nunca se esqueçam de que o Seu sentido de humor é todo-poderoso. (...) "

Bem, bastou-me ler este pequeno excerto para ficar com uma enorme vontade de acabar de ler este livro! Agora que já o ofereci à minha mãe e agora que estou de férias é tempo de o começar a ler... Espero que não se importem com o facto de ter vindo aqui partilhar esta ideia, mas o facto de poder ler algo sobre a vida de um rapaz branco com alma negra, que acaba por ser vitima de racismo é algo que me fascina! Não se admirem se, por um destes dias, por acaso, vier com algum texto mais revolucionario sobre o tema!..

segunda-feira, junho 26, 2006

2ª Edição, Obrigado a todos!

Hoje tenho que pedir desculpa a quem lê este blog, a quem perde algum do seu tempo por aqui... Decidi mudar o "Porquê?.." desta página, deste espaço. Não que tenha mudado o motivo para existir este blog, mas achei que aquela introdução não era a mais correcta, tive a noção que aquilo foi um visão demasiado emotiva daquele dia, daquele momento!.. Agora que já passou mais de um mês da existência desta “Vida…”, agora que já “estou mais maturo”, achei melhor rever aquelas palavras, achei melhor lançar uma nova edição! Espero que não se importem com isso...

Já agora, queria, também, lançar uma desafio... queria tornar este blog num espaço mais aberto, porque uma vida é feita de ligações, de conversas, de olhares, de sorrisos de opiniões... porque uma vida é feita por todos nós, gostava de deixassem os endereços dos vossos blogs aqui, que me enviassem textos que gostassem de ver publicados nesta "Vida...", textos que vos parecessem fazer parte deste espaço! Gostavam que esta “Vida…” não fosse feita unicamente dos meus momentos, das minhas opiniões, dos meus olhares do Mundo!.. Gostava que fosse mais do que isso!..

Finalmente, queria agradecer a todos os que já perderam o seu tempo a comentar e a ler estes textos, este blog!

A todos, o meu muito obrigado!

Uma carta para ti...

Quero escrever-te uma carta e não sei por onde começar!..

Sei que tenho andado distante, longe de ti, vagueando por aí à procura de um olhar teu!.. Dou comigo, por vezes, a sonhar com uma ilha, com o mar azul, a areia fina, a ferver com o calor de um sol enorme, com um final de dia perfeito...

"... ao fundo, o sol baixo espelha a sua luz avermelhada no fundo horizonte do mar. Aquelas palmeiras ali ao fundo parecem querer mover-se ao som de uma brisa que vai a vem, que leva com ela aquela pequena nuvem que vai lá no alto e que trás uma lua cheia, cheia de luz e brilho. Chega a noite, a ilha é embalada pelo som dos grilos, das asas dos pássaros que tornam ao ninho, depois de mais um dia... A mesa já está posta, já acendi as duas velas, já pus duas cadeiras, uma pequena mesa, coberta por uma toalha branca... já pus tudo neste alto da praia, bem junto ao mar, bem perto da lua e da luz desta noite!.. Agora pego na tua mão e levo-te para aquela manta, que pus ali ao fundo, junto àquela arvore... Hoje vamos ficar ali abraçados a ver o nascer do dia!.."

Ainda no outro dia estava de sorriso aberto a pensar em ti, com um sorriso sincero! Não que agora não fique feliz quando penso em ti, mas há algo que me faz não pensar, que me faz pensar menos... Desculpa! Acho que quero começar esta carta por aqui, por um pedido de desculpas!..

Desculpa!

Saber o valor que tem um simples abraço é algo que muitos não se podem gabar, aliás, é algo que só eu e tu nos podemos gabar! Eu sei que há muitos abraços, muitos sorrisos, muitos sentimentos e emoções, mas aquele abraço, naquela noite, naquele curto momento, naquele espaço inapropriado... hum... nunca me irei esquecer, nunca me posso esquecer! Sei que simplesmente te quis dizer "Obrigado!", mas naquele preciso momento já não tinha força para mais... foi demasiado intenso, roubou tudo de mim!.. Por isso, te digo, agora: Obrigado! E te peço uma coisa tão simples como que o guardes só para ti, que continue, sempre, a ser só nosso!..

"... Os pássaros começam a cantar lá no meio das árvores, já se ouvem as folhas a abanarem, já se sente o cheiro a maresia chegar com uma leve ventania, que parece querer acordar-nos, que parece querer lembrar-nos que estamos aqui para assistir ao nascer do dia!.. Já se vê o azul escuro do céu querer ir embora... já se vê a o sol nascer daquele lado da ilha!.. Já sinto o calor a tocar a minha pele..."

Sei que já te pedi isto mais de mil vezes, que até já deves achar um pedido sem sentido... Mas quis escrever-te uma carta para te pedir uma coisa, que não é simples, que não depende só de ti, mas que acredito que mereces, que estás no caminho para a encontrar... Só te queria pedir que sejas feliz!

"... Olho para o lado e estás com um sorriso enorme, estás a sonhar! Vai custar-me tanto dizer-te este "Bom dia!", acordar-te desse sonho, que parece estar a ser-te tão grato. Hesito em tocar-te, em aproximar-me... Procuro com o olhar uma flor, uma linda flor... Ali há uma, é enorme, tem demasiadas cores para a conseguir descrever com precisão! Há muito tempo que aqui estou e nunca tinha dado conta dela... Acho que nunca tinha olhado para aqui!.. "

Esta foi a carta que te quis escrever há muito tempo, mas que só hoje tive paz para escrever.

Beijo,

Ass: ....

"... Bom dia!.. Esta flor é para ti!.. "

P.S: Prometo que um dia te levo a conhecer melhor aquela ilha!..


quarta-feira, junho 21, 2006

Uma longa caminhada...

Vagueando, sozinho, por este espaço único, por esta tranquilidade e silêncio, chegam-me, a todos os momentos, a todos os olhares, recordações, recordações de dias lindos, de sorrisos, de olhares ternos, de discussões, que pareceram inacabáveis, de amizades, que se mostraram ridículas, mas, principalmente, de amizades que se tornaram, hoje, em amores para uma vida! É o ar quente, aliviado pela suave brisa, que me faz sentir calmo, com força para continuar a caminhar neste lindo espaço… Sinto o toque áspero da seiva que se planta aqui, toque que me faz ter a sensação de estar vivo, que me faz estar atento ao caminho, que me faz, principalmente, ter a noção de que isto não é um sonho! Sinto-me plenamente acordado, sei que toda esta cor, toda esta paz são frutos de uma longa caminhada!.. Paro, por um breve momento, e olho à minha volta… É indescritível a sensação de estar perdido, mas, ao mesmo tempo, de me sentir confortável, sentir que vou no caminho certo, que haverá um espaço ainda mais bonito que este! Sei que as recordações serão sempre as mesmas, sei que vai chegar a noite, o momento que mais custa passar… Disseste-me, várias vezes, que não sou um ser da noite, que só o Sol me traz a verdadeira alegria, as palavras que parecem querer fugir com o escuro e o frio da noite!..

Hoje há algo que me faz sentir irremediavelmente feliz! Hoje é o maior dia do ano, hoje sei que o sol vai tardar a pôr-se, sei que a noite vai ser curta!

Bem…é tempo de continuar a andar, não posso ficar aqui parado!..

(...)

Is there a time for keeping your distance
A time to turn your eyes away
Is there a time for keeping your head down
For getting on with your day

Is there a time for kohl and lipstick
A time for cutting hair
Is there a time for high street shopping
To find the right dress to wear

Here she comes
Heads turn around
Here she comes
To take her crown

Is there a time to run for cover
A time for kiss and tell
Is there a time for different colours
Different names you find it hard to spell

Is there a time for first communion
A time for East 17
Is there a time to turn to Mecca
Is there time to be a beauty queen

Here she comes
Beauty plays the clown
Here she comes
Surreal in her crown

Dici che il fiume
Trova la via al mare
E come il fiume
Giungerai a me
Oltre i confini
E le terre assetate
Dici che come fiume
Come fiume...
L'amore giunger
L'amore...
E non so più pregare
E nell'amore non so più sperare
E quell'amore non so più aspettare

Is there a time for tying ribbons
A time for Christmas trees
Is there a time for laying tables
And the night is set to freeze

Passengers

O meu tributo!

Ajudem a ajudar!

Quem me conhece sabe que adoro U2. Sabe que já não passo sem ouvir as musicas deles... O que se calhar, alguns, não sabem, é que eles, alem de serem uma excelente banda, são, também, ícones da luta pela igualdade, da luta pela Paz! Hoje quis dar o meu contributo a eles, à sua causa, que também entendo como minha!

Para nunca esquecer...

Declaração Universal dos Direitos do Homem

Proclamada pela Assembleia Geral da ONU a 10 de Dezembro de 1948

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo;

Considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do homem;

Considerando que é essencial a protecção dos direitos do homem através de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;

Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;

Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dento de uma liberdade mais ampla;

Considerando que os Estados membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efectivo dos direitos do homem e das liberdades fundamentais;

Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso:

A Assembleia Geral

Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.

ARTIGO 1.º

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

ARTIGO 2.º

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.

Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

ARTIGO 3.º

Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

ARTIGO 4.º

Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.

ARTIGO 5.º

Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

ARTIGO 6.º

Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da sua personalidade jurídica.

ARTIGO 7.º

Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

ARTIGO 8.º

Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.

ARTIGO 9.º

Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

ARTIGO 10.º

Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.

ARTIGO 11.º

1. Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.

2. Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.

ARTIGO 12.º

Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a protecção da lei.

ARTIGO 13.º

1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.

2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

ARTIGO 14.º

1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.

2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

ARTIGO 15.º

1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.

2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.

ARTIGO 16.º

1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.

2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.

3. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção desta e do Estado.

ARTIGO 17.º

1. Toda a pessoa, individual ou colectivamente, tem direito à propriedade.

2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.

ARTIGO 18.º

Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

ARTIGO 19.º

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

ARTIGO 20.º

1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.

2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

ARTIGO 21.º

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.

2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicos do seu país.

3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos; e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

ARTIGO 22.º

Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.

ARTIGO 23.º

1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.

2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social.

4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus interesses.

ARTIGO 24.º

Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.

ARTIGO 25.º

1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.

2. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma protecção social.

ARTIGO 26.º

1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.

2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.

3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.

ARTIGO 27.º

1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.

2. Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.

ARTIGO 28.º

Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as liberdades enunciados na presente Declaração.

ARTIGO 29.º

1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.

2. No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.

3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

ARTIGO 30.º

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.

ONU

domingo, junho 18, 2006

Passando uma noite...

Ver aquela nuvem a passar, a mover-se, lentamente, da esquerda para a direita, tornou-se no meu passatempo favorito desta noite...
Começa a aparecer, bem lá no fundo, bem longe, aquela lua, uma lua que quis só minha... Hoje parece-me tímida, não quer falar muito comigo. Tudo bem, assumo a derrota e fico aqui a olhar.... A brisa parece querer vir dizer-me boa noite, parece querer sentar-se ao meu lado e ficar a assistir, comigo, ao nascer de mais um destes dias. Calma, reparo agora, enquanto olho para este lado, o direito, que brilha, ali, uma estrela! Ah! Vejo, ali, mais uma!.. A luz da cidade quer tornar esta noite numa noite tímida... "Ela vestia sempre preto." ... "o mesmo recato..." ... Desvarios, embalados pela hora, tardia, que vai passando, lentamente, nos ponteiros daquele relógio. Esta noite quis estar sentado ao teu lado, partilhar contigo este momento! Não sei onde estás agora, não sei se vês a mesma lua que eu... Acho que agora, neste preciso instante, não quero saber mais! Consigo ouvir claramente o som deste comboio que passou agora, bem lá longe… Incrível! Neste preciso momento senti uma imensa vontade de sair a pé, de passear por estes telhados até encontrar o sítio ideal, até puder ficar sentado a ver o dia nascer. Como eu tenho saudades de ver um dia nascer! Recordo-me, agora, da última vez que o vi… Estava tão cansado, tão dominado pelo sono e pela vontade de abraçar a cama que não fui capaz, se quer, de olhar em frente, de sorrir… Lembro-me, apenas, de dizer algo parecido com “Ei…agora já podemos ir dormir!..” … Bem, o tempo vai passando, leva com ele a minha primeira frase, a minha primeira visão. Se olho, simplesmente, para o lado direito, já não vejo a lua nem as estrelas, já só vejo o preto avermelhado pelas luzes que estacam nas ruas…

A musica acabou… Já não sinto de vontade de a ouvir mais uma vez...

Vou dormir.

...

sábado, junho 17, 2006

Senti-me obrigado a escrever algo mais... senti que precisava explicar, talvez terminar melhor, este meu último texto, este meu último desabafo... Não quero, nunca quis, pôr em causa a fé de ninguém! Só quis partilhar a visão, talvez demasiado dura, demasiado realista, sobre o que alguns Senhores andam a fazer com o nome de Deus... Deus não tem culpa que queiram fazer Dele mais do que é... que o queiram colocar num trono que Ele nunca quis... Não pensem que eu sou um anticristo, que não tenho fé... simplesmente irrita-me a visão demasiado limitada que alguns têm Dele!...

(...)

Não serves de nada!..


Quero falar contigo, dizer-te um monte de verdades, quero acusar-te de todos os meus problemas, quero fazer de ti um mártir da minha causa... Quero agarrar-te pelo braço e fazer-te olhar para baixo, fazer-te crer que eu existo, fazer-te perceber que eu estou aqui, que preciso falar contigo, que preciso da tua atenção! És demasiado importante para te preocupares com as coisas más, tu só és louvado pelas boas coisas, só és louvado por dares uma esmola àqueles que mais sofrem, por fazeres correr umas simples gotas de água sobre os trilhos da terra seca, por permitires que um simples coração continue a bater, mesmo que continue sozinho, mesmo que tudo o que o prendia aqui tenha desaparecido, mesmo que todos os outros corações tenham parado de bater... Tu és um simples nome, um escape em horas de aflição! Não serves de nada!

Permites que homens vivam do teu nome, permitas que falem por ti, que decidam por ti, que, simplesmente, se justifiquem e te justifiquem todos os dias, cobertos pelo maldito ouro que brilha na cara daqueles que mais precisavam de o ver transformado num mero grão de arroz! Mata-se em teu nome! Pede-se a paz em teu nome! Tu não passas de uma vírgula nesta maldita história que se vai desenrolando aqui... Não serves de nada!

Se fosses capaz de fazer do Amor um sentimento puro, se fosses capaz de o espalhar por todos, se fosses capaz...


Se Ele alguma vez tivesse sido capaz de fazer algo de bom, algo de tão bom assim, que merecesse todas essas preces, todas essas mentiras!.. Desenganem-se... não foi! Ainda se morre de fome, de guerra, de maldade! Ainda se morre porque ele anda desatento! Ainda se ouve o seu melhor amigo perguntar: "Onde estavas Tu, Senhor, naquele dia?"

...

Ode To My Family

" Understand the things I say
Don't turn away from me
Cause I spent half my life out there
You wouldn't disagree
D'you see me, d'you see
Do you like me. Do you like me standing there
D'you notice, d'you know
Do you see me, do you see me
Does anyone care
Unhappiness, where's when I was young
And we didn't give a damn
'Cause we were raised
To see life as fun and take it if we can
My mother, my mother she hold me
Did she hold me, when I was out there
My father, my father, he liked me
Oh he liked me, does anyone care
Understand what I've become
It wasn't my design
And people everywhere think
Something better than I am
But I miss you. I miss
'Cause you liked it. I liked it
When I was out there
D'you know this, d'you know
You did not find me, you did not find
Does anyone care
Unhappiness was when I was young
And we didn't give a damn
'Cause we were raised
To see life as fun and take it if we can
My mother, my mother she hold me
Did she hold me, when I was out there
My father, my father, he liked me
Oh me liked me, does anyone care
Does anyone care "
The Cranberries

sexta-feira, junho 16, 2006


"A razão porque dói tanto separarmo-nos é porque as nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham estado e sempre o fiquem. Talvez tenhamos vivido milhares de vidas antes desta, e em cada uma nos tenhamos reencontrado. E talvez que em cada uma tenhamos sido separados pelos mesmos motivos. Isto significa que esta despedida é, ao mesmo tempo, um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio ao que virá.

Quando olho para ti vejo a tua beleza e graça, e sei que cresceram mais fortes em cada dia que viveste. E sei que gastei todas as vidas antes desta à tua procura. Não de alguém como tu, mas de ti, porque a tua alma e a minha têm que andar sempre juntas. E assim, por uma razão que nenhum de nós entende, fomos obrigados a dizer adeus um ao outro.

Adoraria dizer-te que tudo correrá bem para nós, e prometo fazer tudo o que puder para garantir que assim será. Mas se nunca nos voltarmos a encontrar e isto for verdadeiramente um adeus, sei que nos veremos ainda noutra vida. Iremos encontrar-nos de novo, e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não apenas nos amemos nesse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes."
Nicholas Sparks

ooh...

" 'Cause baby, ooh, if heaven calls, I'm coming, too
Just like you said, you leave my life, I'm better off dead (...)
"

Se há sons que nos fazem sentir bem, que nos fascinam, que, simplesmente, nos fazerem ficar parados no meu da confusão, procurando um pequeno silêncio para os ouvir, procurando um pequeno momento de pausa para os sentirmos.... Esta musica, este som, é um desses... Dei comigo hoje, deitado, a sorrir, a sorrir com este som a pairar sobre mim... Tinha que partilhar este pequeno momento de felicidade, esta pequena pausa de um dia que se quis tornar cinzento, mas que acabou por passar, acabou por passar rápido, sem ter dado conta das horas...

Hoje quis partilhar mais de mim, quis partilhar, alem das minhas palavras, dos meus momentos, das minhas reflexões, dos meus desabafos, hoje quis partilhar o meu som, as minhas musicas, as musicas que me marcam para sempre, que me fazem reviver momentos passados, que me fazem olhar o futuro de outra forma, que me fazem sorrir...

Para mim são musicas eternas... Para mim elas fazem já parte da banda sonora desta curta vida que vou escrevendo dia após dia...

Uma tese sobre ser feliz....

Estar feliz é estar certo que amanhã vou acordar feliz.... É ter a certeza que hoje o dia não podia ser melhor, é ter a certeza que agora não devia estar a fazer outra coisa se não isto...

Hoje tudo o que menos tenho são certezas, hoje pairam sobre mim uma multidão de sentimentos, sentimentos que falam cada um para seu lado.... Agora não consigo ouvir uma harmonia, agora tapo os ouvidos para não ter que os ouvir... Procuro só um espaço onde me possa sentar, onde possa olhar em frente e ver um alto verde, uma arvore presa por uma estaca de madeira clara, uma parede branca, ao fundo, e o som da cidade a embalar-me.... Agora queria sentar-me naquele pequeno espaço, que tanto me ajudou nestes últimos tempos, que tanto sabe sobre mim...

Hoje quis escrever uma tese sobre ser feliz... Cheguei a uma só conclusão, cheguei à conclusão que hoje não o vou poder fazer, porque hoje não estou feliz, porque hoje não me sinto feliz, porque hoje apenas tento ser feliz!..

quinta-feira, junho 15, 2006

Vire a página s.f.f.


Virei hoje uma nova página neste meu espaço... Hoje já não quero escrever mais assim, hoje não quero ser mais aquele "eu triste" , aquele "eu sozinho".... hoje só quero ser eu! Ficam ali guardados momentos meus, momentos nossos... Ficam, simplesmente, guardados.... Até sempre!

Vire a página s.f.f.

segunda-feira, junho 12, 2006

Amanhã...Depois de Amanhã...

"Amanhã vou dormir...
não vou sonhar...
vou ser feliz...
vou ser eu sem ti...
vais ser tu sem eu...
não vamos ser mais nós...
vamos ser livres deste sonho..."

"Depois de Amanhã vou ser só eu....
já não vou querer escrever-te mais...
já não vou querer fazer-te sofrer mais....
já só vou pedir o teu sorriso...
Depois de Amanhã já só vou pedir que sejas feliz...."

"No dia em que cair para o lado....
No dia em que ficar encostado àquele muralha que construímos....
Vou recordar o Amanhã...
Vou recordar o depois de Amanhã....
Vou-te perguntar se já és feliz!
Nesse dia vou querer sorrir e descansar em paz..."

Até amanhã!..

Mais um destes dias...

Tantas palavras, tantos dias, tantos momentos passados... Dias em que não fui capaz de te dar mais nada além do meu silêncio, dias em que não fui capaz de te fazer sorrir, dias em que fui fraco e te fiz chorar, dias em que pensei em ti e quis acabar... Dias que não vou esquecer, dias que apenas procuro guardar bem junto a mim...


Depois de todo este tempo já só restam as palavras contidas, as palavras simples, já só resta a enorme muralha que construímos entre nós... Agora já não consigo ver mais o sol que vinha desse lado, agora já não tenho mais força para trepar esta enorme muralha que me surge na frente de cada vez que o meu "eu sozinho" se encontra com a noite, com o silêncio...

Pensar em ti já não me faz bem, já não faz sentido... Tu já não me vês, tu cada vez mais fazes crescer essa muralha que eu um dia pedi para nascer, que eu um dia imaginei como a solução de tudo isto... Agora já nem sou capaz de berrar o suficiente para me ouvires dizer "Para!"... Agora já não sou capaz de dormir mais... Agora resta-me a força de ficar acordado, resta-me esperar pelo momento em que vou cair sobre esta maldita muralha e ficar encostado a ela para sempre, guardando junto a mim todos aqueles momentos...

Hoje disseste-me para escrever aquilo que sinto, num papel… escrever até não poder mais... Isso não basta, não basta, porque o escuro da noite não te vai deixar ler, não te vai trazer para esta lado nunca mais... Tu assim o disseste…

Hoje passou mais um dia, mais um destes dias... A euforia, o cansaço, os sorrisos exagerados, os nervos incontroláveis foram actores comigo nesta "nova vida" que estou a construir, aqui deste lado, sozinho, cada vez mais separado de ti...

Hoje pus fim à obra... Hoje não quero ver esta muralha crescer mais... Hoje quero ficar aqui até cair para o lado, até levar comigo todos estes dias, todos estes momentos...

Hoje não vou dormir...


sábado, junho 10, 2006

Chegou a noite....

Ontem chegou a noite e não dormi.

Passei-a a olhar no infinito, a procurar uma só imagem desse maldito futuro que teima em se esconder, que teima em me fazer sonhar!

Houve um dia em que acordei com um sol lindo, uma luz "francamente forte", depois andei perdido na sombra... Voltei a procurar a luz, mas já só encontrei um lindo pôr-do-sol... Vi a noite chegar, senti o frio de uma lágrima passar no meu rosto... Corri...Corri...Corri...Corri... até ficar tão cansado que não conseguisse pensar em mais nada, até cair para o lado e dormir...

Não bastou.

Ontem chegou a noite e eu não dormi...

Vou esperar até não ter mais forças para ficar acordado...

terça-feira, junho 06, 2006

Nalgum lugar perdido

Olhar-te um pouco
Enquanto acaba a noite
Enquanto ainda nenhum gesto te magoa
E o mundo for aquilo que sonhares
Nesse lugar só teu

Olhar-te um pouco
Como se fosse sempre
Até ao fim do tempo, até amanhecer
E a luz deixar entrar o mundo inteiro
E o sonho se esconder

Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti

Enquanto dormes
Por um momento à noite
É um tempo ausente que te deixa demorar
Sem guerras nem batalhas pra vencer
Nem dias pra rasgar

Eu fico um pouco
Por dentro dos desejos
Por mil caminhos que são mastros e horizontes
Tão livres como estrelas sobre os mares
E atalhos pelos montes

Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti

Mafalda Veiga

O fim....do dia....

O pior dia de todos....

Acabou.

É o fim de um pequeno "nós"... Acordei, está um dia tão feio, nem sei se quero viver assim... Não quero sofrer, não quero que tu sofras. Hoje foi o pior de todos os dias. Deitei-me, sem dormir, a pensar em ti. Acordei e li a tua resposta, li as perguntas que levantaste a este sonho e compreendi a resposta... Estou triste, estás triste... Afinal não fui um bom autor, não acabou como eu pensei, como eu sonhei... Não ficamos juntos... Ficou um bocadinho de ti dentro do meu coração, um bocadinho só nosso, só teu, que não vou esquecer nunca!..

Daqui para a frente vou ter que aprender de novo a viver... vou ter que aprender a ser eu sem ti... vou ter que te guardar, para nunca mais chorar...

Acabou.

*

Acho que hoje quis dizer-te "adeus.", acho que hoje quis pôr um fim a um sonho que nos une desde há muito tempo... Não fui capaz de o fazer, não fui porque te amo... Ouço vozes que me dizem para não parar de lutar, para não parar de sonhar com um pequeno momento de "nós"... Ouço vozes amigas dizerem-me que tenho que acordar para não sofrer, para não passar nem mais um dia sem sorrir...

Estou tão cansado de tudo isto, agora só quero ficar aqui sentado a ver-te ao longe a viveres uma vida que cada vez sinto que me pertence menos... Tenho-me habituado a estar assim, parado, a sorrir com uma só palavra tua.

Tenho medo de me habituar a viver assim...

Quero-te tanto perto de mim, quero tanto poder amar-te... Mas sabemos que a Vida nos prega muitas partidas, sabemos que Ela não nos permite sonhar de mais... Mesmo assim ainda quero lutar, ainda quero viver mais um bocadinho neste espaço que resta entre nós... Ainda quero ir dormir a pensar em ti, ainda quero chegar a casa ao fim do dia e contar com uma única palavra tua, com um único sorriso teu! Ainda quero amar-te!..

Desculpa-me tudo o que temos passado, desculpa se não sou capaz de ser melhor do que sou contigo, desculpa se tenho medo, desculpa se não sou capaz de mudar, desculpa se sou assim...

Desculpa se te amo tanto!

Só quero saber se ainda queres sonhar comigo?

segunda-feira, junho 05, 2006

Sobre o caminho

Nada.

Nem o branco fogo do trigo
nem as agulhas cravadas na pupila dos pássaros
te dirão a palavra.

Não interrogues não perguntes
entre a razão e a turbulência da neve
não há diferença.

Não colecciones dejectos o teu destino és tu.

Despe-te
não há outro caminho.

Eugénio de Andrade

Uma foto tua...

Passei por ti um dia destes, parei e tirei uma foto... Quis partilhar este amor de uma vida com todos... Aqui está ele... o amor da minha vida!..

domingo, junho 04, 2006

Mar...

Hoje sentei-me ao teu lado... não tive coragem de dizer-te nada, fiquei ali sentado a olhar-te, a sonhar com o que há ali ao fundo, com o que há depois daquele horizonte único, que só mesmo tu me podes mostrar! A tua força é contagiante, mas não o suficiente para me fazer levantar daqui… Hoje, mais do que nunca, preciso de estar aqui sentado ao teu lado, hoje, mais do que nunca, preciso de te contar, sem palavra alguma, tudo aquilo que me tem passado pela cabeça nos últimos dias… Tenho estado a olhar-te, porque sei que tens esse dom de ler nos olhos, tu tens esse dom de me ouvir, sem nunca dizeres nada, nada de bom, nada de mau… Apenas ficas aí, a andar de um lado para o outro, a divertir os meninos que brincam aqui ao lado… Passa o dia e, enquanto o sol de põe, tu vais acalmando, como se quisesses dizer-me algo, como se estivesses a passar os teus braços junto a mim, como se me estivesses a abraçar com toda essa força que só tu podes ter!..

O dia passou e eu fiquei aqui sentado ao teu lado… Não consegui, por momento algum, tirar os meus olhos dessa tua beleza, não consegui dizer-te nada… Restou-me ficar aqui e ver-te fugir para mais longe, restou-me ficar aqui com a esperança, quase certeza, de que amanhã voltas ao mesmo lugar…

Obrigado…

sábado, junho 03, 2006

Presos por um fio...

Não fui rei, não fui rei porque não fui capaz de pôr fim ao sofrimento de todas aquelas pessoas que ali estavam. Se, por uns simples minutos, eles riram já é uma grande vitória! Senti-me inútil no momento que as cortinas voltaram a encontrar-se, porque sei que, para alguns, não vai ficar tudo bem... Custou-me, mais do que nunca, ver, de perto, aqueles miúdos, que tanto adorei!.. Custou-me, porque queria poder abraça-los eternamente e não deixar que os sorrisos deles partissem, por momento algum!.. É constrangedor saber que somos tão pequenos ao lado deles... Ontem os verdadeiros heróis foram eles! Foram aqueles meninos que subiram ao palco, que iluminaram o nosso trabalho com o brilho dos seus olhos, que fizeram musica com os seus sorrisos, com as suas palmas! Foi esse o maior presente que me deram!..


O trabalho de um actor é trabalhar uma personagem... Viver uma outra vida, por pequenos momentos... Eu só tentei fazer isso, mas quando as cortinas fecharam, a peça já tinha acabado, eu já era eu de novo, com tudo o que isso tem de bom e mau! Por isso, não sou rei de coisa alguma, se houve reis naquela noite foram os miúdos, os pais deles, o publico e fomos nós, o nosso grupo, o nosso trabalho!

Mas muito obrigado pelo apoio que tenho tido destes meus amigos! Eu prometo que estou a tentar acabar com estes "malditos problemas"...


Obrigado a todos, em especial a quem é especial....

Hoje foste rei... (obrigado Filipa)

Hoje foste rei!
Sorriste,
Brincaste,
Dobraste o riso,
Deixaste os olhos brilhar,
Triplicaste o riso,
Dançaste com um louco,
Multiplicaste o teu riso,
Pelo das crianças…
E simplesmente te tornaste rei!
E foi tão confortante…
Pelas crianças,
Pelo gozo,
Por ti!
Mas…
Depois da cortina fechar….
Perdeste o riso,
Deixaste-o rebolar pelas escadas!
Os teus olhos voltaram à distância,
Ao baço,
Ao triste,
Ao longe…
Longee
Longeee
Longeeee
Longe de mais!
Ficou-te na memória,
A felicidade dos meninos
Que te apontavam e sorriam
Ficou-te na memória (talvez)
O rosto de nós,
Felizes por te ver feliz!
Ficou-te na memória,
Mais um momento
Em que (desculpa)
Fingiste ser feliz!
Agora,
És rei de ti mesmo!
Dos teus sonhos,
Da tua maldita tristeza,
Da tua maldita distância!
Dos teus malditos problemas
Que me apetecia roubar
Enfiar num baú
Dar-te a mão
E levar-te comigo
Para o atirarmos juntos ao mar
Onde tu tanto gostas de estar!
Por momentos
Quis dizer-te que estava ali
Quis abraçar-te (coisa que nunca fiz,
Salvo na falsidade de um palco, irónico)
Quis esticar-te o sorriso,
Prende-lo com cola
Pegar no brilho de todas aquelas luzes
E reflecti-lo nos teus olhos
Quis pegar num terço
(só um terço)
Da felicidade que deste àquelas crianças
E mete-lo à força nesse teu peito
Que proteges numa armadura tão de aço!
Mas que sou eu?
Gente do povo,
Que de nobreza,
Nada tem!
Apenas nome…
Tu?
És rei sem nome…
Contudo rei,
Do quê?
Não sei!!!


Filipa

quinta-feira, junho 01, 2006

Não fiques triste!..

Falo contigo, todos os dias, tento ver-te, mesmo sabendo que estás demasiado longe para me responderes!.. Mas há dias na nossa vida, na vida que luto, todos os dias, para construir, em que apenas preciso de um olhar que seja, de um sorriso, de uma palavra, de um abraço, há dias em que preciso de ti! Não te quero aí, desse lado, quero-te aqui, junto a mim...

Olhar para ti, nem que fosse por um só instante, é tudo aquilo que eu imagino, que eu sonho.... É esse sonho que me da força para abrir os olhos, ao acordar, e sorrir! É o facto de saber que tu, mesmo estando aí, pensas em mim e te preocupas...

Posso viver a vida toda nesta ilusão... Mas tu sabes, tão bem como eu, que isso não é possível! Por isso, vivo assim até acordar, até o sol se pôr... Depois, sonho com este dia fantástico, que passei a imaginar com um único instante de "nós"... Não ficas triste e eu também não... A culpa não será nossa, o dia é que é curto de mais!..

Amo-te e tu sabes, sabemos só nós e basta!..

P.S: Sim, este texto foi escrito para ti!..