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domingo, junho 04, 2006

Mar...

Hoje sentei-me ao teu lado... não tive coragem de dizer-te nada, fiquei ali sentado a olhar-te, a sonhar com o que há ali ao fundo, com o que há depois daquele horizonte único, que só mesmo tu me podes mostrar! A tua força é contagiante, mas não o suficiente para me fazer levantar daqui… Hoje, mais do que nunca, preciso de estar aqui sentado ao teu lado, hoje, mais do que nunca, preciso de te contar, sem palavra alguma, tudo aquilo que me tem passado pela cabeça nos últimos dias… Tenho estado a olhar-te, porque sei que tens esse dom de ler nos olhos, tu tens esse dom de me ouvir, sem nunca dizeres nada, nada de bom, nada de mau… Apenas ficas aí, a andar de um lado para o outro, a divertir os meninos que brincam aqui ao lado… Passa o dia e, enquanto o sol de põe, tu vais acalmando, como se quisesses dizer-me algo, como se estivesses a passar os teus braços junto a mim, como se me estivesses a abraçar com toda essa força que só tu podes ter!..

O dia passou e eu fiquei aqui sentado ao teu lado… Não consegui, por momento algum, tirar os meus olhos dessa tua beleza, não consegui dizer-te nada… Restou-me ficar aqui e ver-te fugir para mais longe, restou-me ficar aqui com a esperança, quase certeza, de que amanhã voltas ao mesmo lugar…

Obrigado…

1 comentário:

Zana disse...

Encontros silenciosos tão cheios de tudo, são encontros que acontecem tantas vezes, mesmo ali, ao nosso lado, e nós nem nos apercebemos. Ás vezes esses encontros são connosco mesmos, e nem mesmo assim conseguimos ver tudo o que nos atormenta, de forma alguma, de maneira nenhuma… Tentamos, tentamos e nada!

Por vezes é preciso saber que aqueles que nos são queridos estão ali mesmo do nosso lado, de mão estendida! Mesmo sem os vermos, eles pegam em nós ao colo e embalam-nos com a ternura e com o amor de quem gosta.

Eu gosto de ti, e embalo-te de mansinho, canto-te uma canção bem baixinho para que possas adormecer e descansar desse tormento que te aflige todos os dias, esse tormento que não se vai embora, que teima em crescer todos os dias, sem qualquer razão, sem sentido ou tamanho, mas que ao mesmo tempo se vai apoderando dos momentos em que queres ser tu próprio sem preocupações, e ocupa toda a tua alma com uma buraco negro que te suga, que quase te faz implodir…

Mas eu estou aqui! Eu ajudo-te! Eu estendo-te a minha mão e luto contigo essa batalha tão dolorosa, que te deixa triste e sem vontade…

Eu estou aqui! Tu sabes!

Sim, tu sabes que estou aqui…