Procurar

segunda-feira, junho 11, 2007

Balancé



Quero e não quero

Sinto

Não quero sentir

Da raiva este brincar

Este balançar de corda

Baloiço de criança

Que não sabe o que quer

Ora puxas

Ora largas

Ora ficas

Ora vais

Enjoa este vai e vem

Este fica que não foge

Este volta que não toca

Balança, balancé

Corda vai, corda vem

Sou poeta

Sou abrigo

Sou princesa

Sou boneca

Sou o que sonhas

E idealizas sonhando

Sou tudo que precisas que seja

E nada daquilo que guardas





Balança, balancé

Corda vai, corda vem

Queres

Não queres

Sentes,

Não sentes

Ouves sem escutar

Confias desconfiando

Balança, balancé

Corda vai e já não volta


Acorda a boneca de trapos

Desfia a alma no tear do desapontamento

E vai balançando

Vai indo

E não voltando

Ama a criança
Ama o baloiço

Não é mais brinquedo

Nem fantasia de balançar!

Ana Castro

1 comentário:

João Ferreira disse...

Parabéns!..

Poucas são as horas vagas que tenho tido...
Pouco é o tempo que tenho para descrever aquilo que sinto, ao ler os últimos textos, que tens publicado aqui. Tenho a certeza que este blog é um sarcófago de algumas das partes mais importantes da minha vida, mas também de palavras e sentimentos que caracterizam aquilo que eu sei ser a "Vida ideal" (de que já falei neste mesmo blog...). Tu tens sido autora de grande parte dos textos que descrevem quase na perfeição o gosto que têm esses sentimentos, a beleza que têm algumas imagens e alguns momentos, que são tão importantes e que precisam ser guardados aqui.
A amizade é uma conquista, luta-se muitos anos e, provavelmente, apenas no derradeiro momento se consegue ter a certeza de que ela foi sincera e verdadeira. Tenho que te dizer, Filipa, que sabe bem sentir-te aqui, ao meu lado, a dar cor e vida a essa amizade que nos une há alguns anos!..

Mais uma vez parabéns!.. O poema está magnifico!..

P.s: espero sempre pelo próximo...