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quinta-feira, setembro 07, 2006


Porque a vida é feita de momentos, de pessoas, de textos e opiniões, que, em determinados momentos, se tornam demasiado importantes para nós e que, por isso, não as devemos guardar na gaveta, decidi publicar este pequeno excerto de uma texto do Nuno Rocha, com a promessa de publicar a continuação, isto se ele o permitir... Espero que gostem.

"Houve um dia em que acordei com força suficiente para conseguir abrir os olhos, erguer-me perante a fraca luz que reflectia na janela, a luz de um sol simplesmente fantástico, que acabara de acordar. Sentia-me com força para dar dois passos e abrir a janela, a mesma janela que há muitas semanas me isolava do resto do mundo. Nessa manhã senti que algo me estava a acontecer, algo de muito forte... Na tentativa de fugir aos meus próprios medos, decidi sair do quarto com um sorriso no rosto, dizer "Bom dia!"; decidi acreditar que aquele ia ser um dia diferente de todos os outros, que passara enclausurado dentro das quatro paredes brancas do meu quarto, senti que aquele ia ser um dia demasiado importante para se quer ter a coragem de o ignorar!.. Vesti-me e saí pela porta fora, procurando saber porque me sentia assim, tentando perceber o que significava aquela força que sentia dentro de mim. Andei horas, sem rumo, dei, finalmente, comigo no alto de uma falésia, olhando o mar, a um passo de cair, para sempre, sem ter conseguido descobrir aquilo que procurava... Precisava de respostas, mas parecia demasiado complicado encontrar a pergunta correcta, encontrar as palavras mais sensatas... Naquele momento queria ser o mais forte possível. Tinha a consciência que um simples passo podia por fim a todas as dúvidas, sabia que essa seria uma solução mais fácil para aquele problema. Era cedo, percebia-se isso, porque o sol ainda me iluminava as costas, porque ainda conseguia olhar o mar de frente, com os olhos bem abertos sem a luz me ferir. Naquele preciso momento tive a consciência que ia ter um dos dias mais longos de sempre. Sem lugar para me sentar, sozinho naquele espaço, que ainda não tinha tido tempo para reconhecer, encontrei o descanso na brisa que passava pelos meus cabelos, ainda molhados, depois de um banho e de uma caminhada de madrugada, de casa até ali! (...)"

Nuno Rocha

1 comentário:

Anaphy disse...

magnifico, muito "reconhecerdor", intimo... parabens ao Nuno pk o escreveu e ao Lipe, pk o publicou!
beijoka