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segunda-feira, abril 23, 2007

Caçador de Sóis

Pelo céu as cavalitas,
Escondi nos teus caracóis,
A estrela mais bonita, que eu já vi

Eu cresci com um encanto,
De ser caçador de sois,
Eu já corri tanto, tanto para ti

Fui um príncipe encantado
Montado nos teus joelhos,
Um eterno enamorado, a valer

Lancelot de algibeira,
Mas segui os teus conselhos
Para voltar a tua beira
E ser o que eu quiser

Os teus olhos foram esperança
Os meus olhos giras sois
Fomos onde a vista alcança da nossa janela

Já deixei de ser criança e tu dormes à lareira
Ainda sinto a minha estrela nos teus caracóis

Ala dos Namorados

Amanhã não se sabe

Como as folhas com o vento
até onde vai dar o firmamento
toda hora enquanto é tempo
vivo aqui este momento

hoje aqui amanhã não se sabe
vivo agora antes que o dia acabe
este instante nunca é tarde
mal começou eu já estou com saudades

me abraça, me aceita
me aceita assim meu amor
me abraça, me beija
me aceita assim como eu sou
e deixa ser o que for

como as ondas com a maré
até onde não vai dar mais pé
este instante tal qual é
vivo aqui e seja o que Deus quiser

hoje aqui não importa pra onde vamos
vivo agora não tenho outros planos
e é tão fácil viver sonhando
enquanto isso a vida vai passando



Ls Jack

domingo, abril 22, 2007

Uma noite...

...


Já sentiste o que é sorrir naturalmente?
Sabes o que é estar feliz?
Algum dia acordaste com o sol da manhã a entrar pela janela do quarto?
Já sentiste o prazer de um passeio ao final da tarde pela praia deserta?
Consegues descrever a sensação de ser amado?
E de amar?
Já amaste?
Sentes-te capaz de me dar uma resposta?


...

É normal eu começar os meus textos por "Um dia...", mas hoje recuso-me a viver a hipocrisia de ser apenas autor do texto e de me recusar a assumir o papel de personagem principal. Respondo às necessidades do meu ego e decido sentar-me a escrever! Sem mais percas de tempo, corro para o quarto, abro a janela, que dá para rua e olho a lua, que hoje me parece tão tímida... A noite parece uma daquelas fantásticas noites de verão, com um ar quente, o céu limpo e estrelado (sabe-me tão bem estar aqui agora!..). Depois de um café e uma conversa ocasional entre amigos, num espaço muito "chill out", parece que tenho um manto de conforto a cobrir o meu corpo e ao mesmo tempo um turbilhão de perguntas a rondarem o meu ser. É a vontade de lhes dar uma resposta que me arrasta para aqui e, por muito estranho que pareça, não me sinto capaz de lhes dar uma neste momento, talvez porque me sinta transportado e a levitar num outro espaço, muito diferente do meu normal. Lembro-me agora que há uns meses acordei com uma alegria fora do normal e que, num impulso, escrevi um texto, que era um elogio à alegria, à felicidade e ao amor. Tenho a consciência de não ter passado de um estado de espírito que, rapidamente, se dissipou e deu lugar à melancolia, que tanto me caracteriza.
Todos crescemos e vamos tendo consciência das mudanças que vamos sofrendo com o tempo e as vivências que caracterizam e dão corpo à nossa Vida e, por isso, hoje, apenas me limito a deixar as perguntas no ar, para que um dia, quando estiver, de novo, aqui sentado, sem estar a ser vitima deste estado de espírito, seja capaz de dar resposta a todas estas perguntas.

Contudo, resta-me dizer: - Já amei! Já sorri!; e dar inicio a este novo texto por:

"Uma noite..."

(...)

Vem voar comigo!.. (Monólogo)

Gostei de te rever.
Fascinou-me o teu olhar,
Fascinou-me o teu sorriso.
Tu hoje fizeste-me voar.
Deste-me a mão,
Agarraste-a com a força das tuas palavras.
Simples, quentes, ternas,
Tuas!.. Tão tuas...
Não fui capaz de te olhar nos olhos,
Nem de te abraçar.
Contigo, apenas me senti capaz de voar.
Bem alto e longe de tudo isto,
Sem mais ninguém,
Procurei em ti um sopro de liberdade,
Um espaço onde fosse possível amar!..
Não é justo ter que te escrever assim,
Muito menos nunca ouvir um "sim".
Quero chegar até ti e dizer-te ao ouvido:
- Vem voar comigo!..
______________

Nuno Rocha

sexta-feira, abril 06, 2007

olhos de mae


Bate suavemente a porta

Respira fundo

Naquele íntimo mais ausente

Olha no espelho

O da infância

O mais desgastado

Do tempo irritante

Que bate em cada tic

Suavizando cada tac

(mesmo assim, irritante!)

Olhos de mãe procuram alguém

São doces

São ternos

Serenos também

Abraçam sorrindo

Um reflexo que chora

Que busca certeza

Que perde certeza

Sabe a meiguice

Este olhar que não conheço

Sabe a doce

E não sei bem a que mais

Alguém clama um fim

Alguém pede para acabar

Mas olhos de mãe respiram

Transpirando um sentimento longínquo

Que beija

Que abraça

Que mima

Alguém fica sem saber

Se quer acabar

Se quer continuar

E olhos de mãe abraçam

E sussurram bem baixinho

Melodias de embalar

Contos de fada

De final feliz

Adormece a princesa

Alguém sem certeza

(e sonha com os olhos,

Aqueles olhos de mãe)

Filipa Castro

domingo, abril 01, 2007

I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While youre far away dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Every moment spent with you is a moment I treasure

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

Lying close to you feeling your heart beating
And Im wondering what youre dreaming
Wondering if its me youre seeing
Then I kiss your eyes
And thank God were together
I just want to stay with you in this moment forever
Forever and ever

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

I dont want to miss one smile
I dont want to miss one kiss
I just want to be with you
Right here with you, just like this
I just want to hold you close
Feel your heart so close to mine
And just stay here in this moment
For all the rest of time

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
Cause Id miss you baby
And I dont want to miss a thing
Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
Id still miss you baby
And I dont want to miss a thing

Dont want to close my eyes
I dont want to fall asleep
I dont want to miss a thing

domingo, março 18, 2007

É hora


Apaguem as velas deste bolo

O menino dormita no berço

É quase noite

Apaguem!


Céu azul poente

Limpidez profundamente entorpecente

Doce morno

De um sol já dormente

Num verso rimado desnecessariamente

Ping, ping

Está perto!

Chove tristeza

(alegre talvez)

De um céu de feitiço sem nuvens

Apaguem as velas deste bolo!

Sentar

Colher meiguice

De letras saltitantes,

Escondidas nos vértices

Deste livro sem esquinas,

Sentimentos entre páginas,

Intermináveis!

De uma história de embalar

Agita-se a criança

Qual berço de nuvens?

Qual cuidado?

Qual carinho?

Ping, ping, ping

Chora uma rosa

Corre uma alma sem sexo

Sob céu límpido

São lágrimas!

Afinal o céu é salgado

(e eu que pensava que ele sabia a mel

De fim de tarde)

Apaguem as velas desse bolo!


Já escurece

Não tarda acorda o menino

Desfazem-se os tratos

Perde-se o jogo de mais uma vida!

Soa o violino

Embala a princesa

Agita o menino

Pendura a melodia na lua crescente

Cresce a noite

Intenso o mistério

Morre a luz

Adormece a brisa

Grita no céu uma estrela cadente

Beija a alma

(sem sexo ainda)

Esboça um sorriso

Pára a chuva

Apagam-se as velas

Chora o menino

ACORDA!

É hora…

Filipa Castro

domingo, março 11, 2007

A Carta (parte IV).

(…) A Carta (parte III).


"Há dias dei comigo sentado numa praia vazia, aqui perto, com os ombros encolhidos e o olhar cravado na linha do horizonte, com as lágrimas a percorrerem o meu rosto e os pensamentos a vaguearem por entre a solidão daquele final de tarde. A paisagem reflectia o meu estado de espírito: melancólico e triste. O sol escondia-se por trás do mar e as suas cores misturavam-se com a água e o céu, num enredo de vermelhos, laranjas, azuis, cinzentos, amarelos, preto e branco… A areia da praia estava fria e coberta pelo manto preto da sombra da falésia, que me rodeava. O ar sentia-se frio e seco e o silêncio era assustador. Pareceu-me que aquela tarde tinha sido desenhada exactamente para aquele momento. Não disse uma única palavra durante o tempo que ali estive, mas gravei cada palavra, cada sentimento, cada imagem…cada recordação…para hoje poder ser capaz de te escrever e descrever tudo o que se passou. Revivi aquele fatídico dia. Desde o momento em que acordei ao teu lado, até ao final daquela tarde… (…)"

Nuno Rocha

sábado, março 10, 2007

Viagem ao passado...

Detalhes relevantes e desvarios de uma Vida.. que nos persegue:


Sorria.

Sonhava voar.

Voei.

Amei.





Deste-me tudo o que eu precisei.

Foste o meu porto de abrigo.

Deste-me a mão quente no fim do Verão.

Deste-me o sorriso sincero nos finais de tarde.

Deste-me o teu corpo detalhado e fascinante até ao fim da noite.

Perdi-me contigo…

Amei-te!



Foste o meu primeiro amor de Verão.

Foste a minha paixão incontrolável.

As lágrimas da saudade, os sorrisos verdadeiros…

Eram teus.

Fui teu!..



Voaste até mim em cada acordar.

Deitaste-te ao meu lado e abraçaste-me em todas as noites.

Senti a tua mão, tão apertada na minha, em todas as caminhadas, ao longo do dia.

Fomos apenas um ser.

Amámo-nos!..


Hoje viajei até ti.

Fiz uma viagem ao passado…

domingo, março 04, 2007

Simples...

Não sei onde estás.
Sinto-me perdido
Sozinho e triste.
Simples.
Sinto-me simples…

Quero ser tanto mais do que isto
Ser capaz de gritar tão alto
Até que não possas ouvir mais nada,
Até perceberes que nos sinto longe…
Demasiado longe…

Partimos numa viagem com destino.
Um destino absurdo e revoltante.
Agora somos as costas um do outro.
Simples.
Simplesmente somos só isto…

O Silêncio assusta-me.
Sinto-me assustado.
Os gritos de desespero perdem-se
Por entre a vastidão do espaço.
Simplesmente nos perdemos…

Um com o outro fomos Um.
Senti-te.
Sentiste-me.
Sinto-te.
Fomos Um…

Simples…