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quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Sei que Sabes que Sim...

Sei que sabes que sim
E que para mim
És o mundo lá fora
Não há nada a fazer
Nem nada a dizer
Aqui e agora

Deixa a volta ao mundo,
Vai ser o que o tempo entender
Nem tu tens de o dizer
Só tens de o sentir
Se sabes que sim
E que para mim
És o mund
o lá fora



Olha para mim

Se estiveres a fim
Falamos depois
A qualquer hora
Olha para mim
Tudo tem um fim
Vemo-nos depois…

Sei que és parte de mim
Estarás sempre aqui
Sei que não demoras
Não há nada a fazer
Nem nada a dizer
Aqui e agora


2 comentários:

Anaphy disse...

toca de uma forma inexplicável... acho que percebes o que quero dizer!
beijo

Anónimo disse...

Uma vez, perguntaram ao Richard Gear (é assim que se escreve?), que conselho daria, se pudesse, ao Richard Gear de 17 anos. Ele aconselhá-lo-ia a não se preocupar tanto com as coisas... Porque a vida passa. As coisas passam sempre, não só as más, mas também as boas – e foi este “mas” que me deixou pensativa... Soou assim como quem diz “Vai ser o que o tempo entender”, “Só tens de o sentir” – para o bem e para o mal... Soube àquilo que sabem aqueles momentos loucos em que por vezes mergulh(o)amos – loucura que dança um ballet a “passos de lã” pelos nossos pensamentos, delírios, conversas de ninguém para ninguém - surgem de cores invertidas, tamanhos invertidos: pirâmides, esferas, cilindros, grandes de mais, pequenos de mais, soluçantes, curtos compridos, saltitam freneticamente, em direcções impossíveis, de formas incompreensíveis, inconcebíveis pela razão... Um mundo ao contrário. O que deveríamos ver desaparece, e as coisas que desconhecemos surgem inchadas dentro de cubos flutuantes, suspensos de nada, do tamanho do mundo – alguém consegue ver onde terminam? Rosa choque, azul turquesa, amarelo mijão (alé fmup alé). É como se a loucura nos tocasse com uma varinha-de-condão e tudo se tornasse leve de mais para ter sentido... Tão bom, quando achamos que vai ser, de facto, o que o tempo entender. Só o que o tempo entender... Que “não há nada a fazer/ nem nada a dizer”.
A mim mãe diz que eu sou louca. Talvez. E a verdade é que esses momentos doidos são os momentos em que sou mais feliz (talvez por ser mais eu... Mais louca). Momentos de todas as cores, em que gritamos num auditório vazio, depois de um espectáculo, só porque nos apetece, ou vamos tomar café só porque nos apetece, rimos só porque nos apetece, cantamos sem limites, mesmo que desafinando desumanamente, dançamos sem querer saber de mais nada (só do shot de absinto...). Momentos perspectivivas – como um quadro de estilo cubista, tipo Pablo Picasso – queremos absorver tudo, de todas as maneiras – a vida como obra de arte, vivida a pinceladas largas, desordenadas – não achas a palavra “Arte” bonita?

Saiu um comentário sem sentido...

Mas eu acredito na felicidade sem sentido! Sentido como sinónimo de “racionalidade” – uma felicidade plena, construída apenas por sentimentos, momentos, gestos, palavras, pessoas (se bem que essas têm uma tendência estranho-masoquista para complicar tudo)...
A felicidade de quem canta “para mim/ És o mundo lá fora”

E se me perguntares porque é que esta canção desperta tanto sentimento em mim, não sei responder. Sei dizer que hoje sou feliz – e que isso há-de passar. Como tudo passa...

Beijinho